A Morte do Demônio (Fede Alvarez, 2013)



TRAILER:




Direção: Fede Alvarez
Roteiro: Diablo Cody, Fede Alvarez
País: EUA
Gênero: Horror
Elenco:
Bob Dorian (Professor Knowby from the Original 'Evil Dead' (voice))
Bruce Campbell (Ashley 'Ash' J. Williams)
Elizabeth Blackmore (Natalie)
Ellen Sandweiss (Cheryl from the Original 'Evil Dead' (voice))
Inca (Grandpa the Dog)
Jane Levy (Mia)
Jessica Lucas (II) (Olivia)
Jim McLarty (Harold)
Karl Willetts (Long Haired Redneck)
Lou Taylor Pucci (Eric)
Phoenix Connolly (Teenager)
Randal Wilson (Abomination Mia)
Rupert Degas (Demon (voice))
Shiloh Fernandez (David)
Sian Davis (Old Woman)
Stephen Butterworth (Toothless Redneck)


Sinopse: Para ajudar a irmã Mia que esta em abstinência de drogas e tem surtos constantes, irmão leva ela e uns amigos para uma cabana isolada na floresta, onde pensam em fazê-la relaxar, mas chegando lá, encontram o livro Necronomicon e libertam os Mortites de volta em nosso universo.

Análise:

A Morte do Demônio de 2013 é o remake do cultuadíssimo e revolucionário clássico homônimo de 1981. Esta nova versão é produzida por Sam Raimi que foi o diretor do filme original, ele convidou o principiante cineasta em longas metragens Fede Alvarez para dirigi-lo, e o resultado é um filme de horror aterrorizante.

Alguns questionam o porque de se fazer remakes, para quê modificar algo que já é consagrado e cultuado. Compartilho desta ideia, e penso que remakes são filmes feitos unicamente com intenções capitalistas, bem, a maioria são assim. Existem também as novas versões que são algo diferente de remakes, são obras revisitadas e revigoradas que adaptam seus conceitos aos tempos atuais, diversas são as obras-primas feitas seguindo este padrão, e no gênero de horror, existem várias! Como por exemplo, o filme A Mosca e O Enigma do Outro Mundo. Evil Dead de 2013 segue este padrão apesar de também ter claras intenções de arrecadar dinheiro fácil, tem momentos que o filme fica até piegas por querer forçar a barra de se afirmar como um filme tributo ao clássico Evil Dead de 1981, uma dica, fique no cinema até o fim dos créditos finais.

O Evil Dead de 2013 é um filme que pode ser considerado como um gore show, um filme de horror visual extremo, algo que é bem forçado, mas de uma forma que não cansa e diverte bastante. A estória do filme é bem construída e não tem a intenção de ser explicativa, algo que facilmente pode destruir todo o clima de horror e jogar o filme num labirinto que só encontra a saída através de revelações sem sentido e fúteis. Em certos momentos, Evil Dead descamba para este lado, mas consegue encontrar novamente a estrada da criatividade e do bom senso e se manter nela.

O diretor uruguaio Fede Alvarez foi o cineasta escolhido por Sam Raimi para dirigir esta nova versão, e como um diretor principiante em longas metragens, ele não decepciona e concebe um filme com personalidade e estilo. Fede Alvarez não é nenhum gênio que usa o amadorismo a seu favor como fez Sam Raimi em Evil Dead de 1981, mas neste filme ele se mostrou um cineasta e roteirista competente que se preocupa com a qualidade de sua obra, ele tem consciência do que está fazendo e tem a pretensão de agradar os fãs do gênero, até os mais puristas, assim como eu. Nestes estilos de filmes, se você agrada os fãs, pode ter certeza que agradará a muitos!

Este filme tem a pretensão de ser mais sombrio e realista que o clássico original visando assim construir sua própria personalidade. O filme conseguiu impor sua personalidade, mas ser mais sombrio do que o clássico original, isso é impossível, neste quesito, ele apenas ficou na pretensão! O uso de efeitos em CGI é comedido, sendo usado como uma ferramenta auxiliar em poucas cenas, os efeitos que predominam neste filme são os clássicos, efeitos práticos que são feitos seguindo técnicas e métodos de truques de mágica combinados com muita maquiagem e boas atuações dos atores, assim como faz os filmes de horror trash, e que se faziam nos filmes de horror da década de 1980 onde ainda não haviam efeitos em CGI, filmes com este tipo de efeitos são algo que é bem divertido e chocante de se ver, dá um clima mais realista, sem falsidades e plasticidades. Os maquiadores, atores e os técnicos de efeitos especiais deste filme fizeram um excelente trabalho!

Cinco jovens vão passar uma temporada numa cabana em meio à uma floresta para ajudar sua amiga viciada em drogas Mia (Jane Levy) a superar este vício, em seus surtos causados pela a abstinência, Mia começa a sentir o horror que acomete o lugar, então ela tenta avisar seus companheiros, que não lhe dão atenção por pensarem que ela está tendo alucinações devido aos sintomas da abstinência.

O que não poderia faltar neste filme é o livro necronomicon, o livro dos mortos que desperta as forças demoníacas, um artefacto criado por H.P. Lovecraft que Sam Raimi o introduziu na série Evil Dead, este livro é mais do que um objeto inanimado, ele é um personagem do filme, e nesta nova versão o seu design está incrível e grotesco respeitando o original do filme de 1981.

Fede Alvarez constrói um clima de horror bastante tenso, mas ele peca em apelar para o sentimentalismo criado pelo o conflito de dois irmãos que estão tentando se reaproximar, balançando as estruturas desta atmosfera aterrorizante que o filme proporciona, ficando a impressão de que ele quer assoprar o soco na cara que acabou de dar como peso de consciência, tentando criar um alívio das cenas tensas, mas o bom é que o filme não se mantem nesta linha e depois de algumas discussões familiares piegas, o horror volta com força total com litros de sangue jorrando e muito gore.

Devido à escolha do diretor em manter os efeitos práticos para dar uma veracidade maior ao filme, as filmagens duraram mais do que o esperado, e algumas cenas que duram apenas trinta segundos no filme levaram mais de seis horas para serem filmadas, como a cena em que Mia decepa sua língua, o resultado é extraordinário.

Enfim, a grande originalidade deste filme comparado aos filmes de horror modernos, é a vontade de se fazer algo bom que não se perde em futilidades e clichês banais, tendo uma linguagem cinematográfica e um espaço fílmico que realmente desperte emoções tirando quem o assiste da sua zona de conforto, e principalmente e o mais importante, respeitando o tão cultuado e adorado gênero de horror que infelizmente está sendo massacrado atualmente.


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About inema e Fúria

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